"Natal"
'Inda no céu reverbera
A mesma contumaz era.
A esperança nos inclina
A bem entender a sina
D'uma criança franzina,
Que mal e ódio abomina,
Que é lírio na primavera,
Que é neve quando houver a
Vez do inverno. À sua espera,
Estamos, e dilacera-
Nos a rígida rotina
Desta existência sovina.
É Natal! Grita em surdina
Outra ilusão repentina,
E a angústia nos desespera:
Não será nova quimera
A invadir o que mais era
Nosso, e de nós se apodera?
Natal! Tudo se ilumina
Em noss' alma pequenina.
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