quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

William Shakespeare: "Sonnet XXXVIII"

William Shakespeare: "Sonnet XXXVIII"


How can my muse want subject to invent
While thou dost breathe, that pour’st into my verse
Thine own sweet argument, too excellent
For every vulgar paper to rehearse?

O give thyself the thanks, if aught in me
Worthy perusal stand against thy sight.
For who’s so dumb that cannot write to thee,
When thou thyself dost give invention light?

Be thou the tenth muse, ten times more in worth
Than those old nine which rhymers invocate;
And he that calls on thee, let him bring forth
Eternal numbers to outlive long date.

If my slight muse do please these curious days,
The pain be mine, but thine shall be the praise.



"Soneto XXXVIII" (Tradução de Adriano Nunes) 



Como quer qualquer tema minha Musa
Se vivo estás, entregando ao meu canto
Teu próprio argumento, de fulgor tanto
Para que um vil papel o reproduza?

Oh! Dá graças a ti, se algo em mim
Perceberes de valor, de teu ver.
Quem parvo será por não te escrever,
Quando a todo invento luz dás, enfim?

Sê a Musa dez, que dez vezes vale
Mais que as nove velhas que o vate clama,
E àquele que te invoca, dá-lhe a chama
De grãs versos sem que nada os iguale.

Se minha Musa contenta ao que for,
Meu seja o pesar,  teu todo louvor.




In: SHAKESPEARE, William. "The Complete Works of William Shakespeare". London: Wordsworth Editions, 1996.

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