"Arte"
Enquanto jantávamos,
Pound, alegre e grácil,
Nos comunicava
O falecimento
De antigas falácias.
De tudo achei graça.
Baudelaire e Horácio
Fitaram-me tensos,
Parecia o fim.
E o tempo passava
Sub-reptício, às claras.
Pessoa atrasara-se.
Shakespeare sonhava...
Era uma compacta
Noite de verão.
Camões, co' a palavra,
Waly Salomão
Citava. Bandeira,
Drummond e Cabral
Fincaram-se atentos.
Todos tão contentes...
E, ali, eu, entregue
Ao raro momento
De saber-me um bardo
E estar perto, ao lado,
Dos homens que amava.
Era uma dourada
Noite de verão...
E o tempo moldava-se
Em meu coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário