"A Troia não mais retorno" - para Alberto Lins Caldas
Sim, eu não mais volto
Para a angustiada Troia.
Esqueçam-se do meu nome
Porque o esqueci em mim hoje.
Nada pude e ninguém pôde.
Até que tentei e logo
Fui banido, a abutres posto.
Por que não me calei? Por
Que afrontei o filho novo
De Príamo, o belo moço,
Por Helena muito louco?
Ah, deuses cruéis e tolos!
Por que aliciam os homens
Com grãs promessas de amor?
Para que fui bem expor
A artimanha e todo o jogo
De Afrodite? Não foi pouco,
Admito. O ser dói agora,
Por ser o pó da memória.
Ah, terei que ver, de longe,
Outras Troias sob o fogo
Dos signos, astucioso
Fogo sináptico, pronto
Para arder, queimar outros
Retalhos sujos de sonhos,
Outros homens, pelo solo,
Tanto arrastar, feito Heitor,
Pedras, prantos e protótipos
De dessemelhantes, vozes
Que agonizam, qual a forte
Medida das Moiras, pondo-me,
Distante, como nos põem
Sempre os enganos do olho?
Para Troia não mais volto.
Como altos gritos ouço!
Ah, fedem os mortos todos!
Ah, fedem os mortos nossos!
Como recolhê-los, troncos
De ilusão, ganância e glória?
Jamais posso ser um dos.
Hera e as feras, fato e estorvo.
Tenho um certo medo. Pouco
A pouco, diversos povos
Dirão que, devido a Apolo,
Lancei-me a insólito norte.
Dirão que tive mais sorte,
A seu bel-prazer, seu modo.
Mas a Troia não retorno!
Para a angustiada Troia.
Esqueçam-se do meu nome
Porque o esqueci em mim hoje.
Nada pude e ninguém pôde.
Até que tentei e logo
Fui banido, a abutres posto.
Por que não me calei? Por
Que afrontei o filho novo
De Príamo, o belo moço,
Por Helena muito louco?
Ah, deuses cruéis e tolos!
Por que aliciam os homens
Com grãs promessas de amor?
Para que fui bem expor
A artimanha e todo o jogo
De Afrodite? Não foi pouco,
Admito. O ser dói agora,
Por ser o pó da memória.
Ah, terei que ver, de longe,
Outras Troias sob o fogo
Dos signos, astucioso
Fogo sináptico, pronto
Para arder, queimar outros
Retalhos sujos de sonhos,
Outros homens, pelo solo,
Tanto arrastar, feito Heitor,
Pedras, prantos e protótipos
De dessemelhantes, vozes
Que agonizam, qual a forte
Medida das Moiras, pondo-me,
Distante, como nos põem
Sempre os enganos do olho?
Para Troia não mais volto.
Como altos gritos ouço!
Ah, fedem os mortos todos!
Ah, fedem os mortos nossos!
Como recolhê-los, troncos
De ilusão, ganância e glória?
Jamais posso ser um dos.
Hera e as feras, fato e estorvo.
Tenho um certo medo. Pouco
A pouco, diversos povos
Dirão que, devido a Apolo,
Lancei-me a insólito norte.
Dirão que tive mais sorte,
A seu bel-prazer, seu modo.
Mas a Troia não retorno!
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