sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Adriano Nunes: "Destino" - para a minha mãe

"Destino" - para a minha mãe


Quis o
Destino
Que, desde
Menino,
Eu fosse
Poeta.
Agiu
Sem pressa:
Anzol
Na perna,
Quebrei
Um dente
Durante
Grã queda.
Caí
De testa
No piso
Da sala.
E sem
Saber
Bebi
Veneno
De mosca e
Barata.
Qual suco
De uva.
Com sede
Estava.
Criei
Mais asas!
Fugia
De lutas,
Subia
No teto
Da casa
Pra não
Ir mesmo
Pra aula.
Até
Que um mapa
Chegou
Do nada.
As dores
Diversas?
Do ouvido,
Ao bucho,
Ao pé
Torcido.
Assim
Fez tudo
Que era
Preciso:
Caí
Em mim
Como quem
Cai em
Um poço
Infindo.
Fui outros,
Enfim.
Agora
Bem ouço
Um eco
Vir do
Mais fundo
Do poço:
"Ei, moço
Crescido,
Mereço
Uns versos.
Por isso,
Aviso:
Não brinque
Comigo!"

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