"Até agora, quem?" - Para Mauro Sta Cecília
Quem segura a
Poesia
Na hora da Poesia?
Quem consegue fugir
Do seu cerco
De luz, laterna, lâmpada, farol de milha?
Quem a intimida
A ponto de
Indicar-lhe a saída?
Na hora da Poesia
Quem é forte, de verdade,
O bastante para
Dizer não, para pôr de lado
A imaginação, os assaltos
Súbitos, os sustos das sinapses,
Aquela vontade
De ter papel e lápis
À mão?
Quem se atreve
Ir na contramão
Dos seus métricos abraços,
Dos seus beijos de rimas,
De seus flertes de
Ritmos indescritíveis, insólitos até?
Eis que, aqui, onde é
Proibida a entrada
Dela, ela chega a pontapé,
Quebrando tudo, exigindo
Que se abram portas e janelas,
O que a vida encerra,
Na sala de aula, no quarto,
Até naquele momento exato,
Ela penetra,
E tudo que eu assim diga
À pessoa amada
De artimanha dela não passa.
Quem a amarra
Em sua hora sem hora, sem
Amarras, quem?
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