quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Adriano Nunes: "a flertar o que quer que seja"

‎"a flertar o que quer que seja"



emerge do âmago da terra,
a torre de pedra, perfeita
síntese de silício, feita
à beira-mar, que o ver encerra.

salta do solo, sequaz serra
sempre dada ao longe, sujeita
à voz da violência, insuspeita,
das águas, dos ventos, tal guerra.

resta da arquitetura, à vera,
o pó-silêncio d'uma igreja
destroçada, pós-voraz era.

d'algum horizonte se veja
'inda a pétrea fronte, severa,
a flertar o que quer que seja.






Um comentário:

carmen silvia presotto disse...

Cio da terra, sísifos movimentos, intante preciso em que a pena da tinta borra os cílios do olhar para que o poeta registre o flerte da Vida em poesia.


Beijos

Carmen Vidráguas.