"Do olvido, efígies frias"
Disseste, Euterpe, que tinhas
O infinito e dar-mo-ias,
Sem grunhidos ou gracinhas.
Contente, a sonhar, contente,
Entreguei-te as ladainhas,
Riscos, rimas, planos, patifarias,
Porque supus que vinhas,
Tão luzente, ligeira, ubíqua, urgente,
Inadimplente rainha,
Pra alicerçar, com ritmo, os meus dias.
Agora as ervas daninhas
Do olvido, efígies frias
Dos báratros dos acasos, violentamente,
Vingam e vibram, porque não vieste. E
Entre o mar de motes e as entrelinhas,
Ainda espero, alegre, o que não me darias.
Um comentário:
Muito lindo!
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