Os bárbaros
Abrigaram-se no báratro
Do meu cansado cérebro,
Deram-se às labaredas
Da vida,
Sem levantar bandeiras,
Sem um brinde qualquer.
Penso agora o silêncio
De silício - reerguido
Perante o emaranhado
Desses circuitos íntimos,
Condenados às constantes,
Aos conceitos da corte ,
Aos credores da morte,
Aos déspotas unidos,
Aos demônios dos dígitos -
E peso-o, agasalhando-me
Nos sóis do que me sinto.
Os bárbaros
Abarcaram os meus
Instintos, para tudo.
Desde os ofícios públicos
De fachada, fascista, à
Burocracia bruta
Dos bureaus literários
Água e cicuta, sempre
Dulcíssima, dos beat-
Níqueis comerciais,
Da crítica
Antikantista, cítrica,
Dos deuses de grafite
Insuportáveis, mitos
Instantâneos dos atos
Repletos de morfina e
Mofo, dos clichês chiques
À moda pós-moderna,
Disso, de mais e ainda
Mais, do lixo, do nicho
Mesquinho e
Insalubre das salas
Das reuniões pra nada,
Do surto psicoestético,
Salvaram-me
Os bárbaros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário