"Ao imaginar que tudo isso é somente sonho"
Ao vale quando vou, Favônio me acompanha.
Levo a lira e a lembrança da jovem Erato
Em todo pensamento (o amor é mesmo exato!)
E canto o cosmo afora, a paisagem: a montanha,
Os campos, os desertos, o vivo regato,
O horizonte... A alegria é suprema, tamanha.
Euterpe e sua flauta têm-me (que façanha!)
E domam-me. Alguns Faunos veem-me estupefato
Diante dessa mágica música, aflito
Ao imaginar que tudo isso é somente sonho,
Artimanha de Baco, do vinho, do mito
(Esse tímido escrito que agora componho?)
Adormecido em mim, esculpindo o infinito
Que o grafite traduz, com um medo medonho.
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