"Caos"
o céu alcança o chão através da contemplação
o ar em volta tem outra direção
a vida se enterra...
feixe fluxo força fórceps forma fera
a voz revolve tudo que não era
salvação
a fala acima é a tez do trovão
o encéfalo distingue o sim e o não
a adaga agora a vagina afaga
a cruz é feita tal penetração
o caos: as coisas que só são!
o chão se abre larva chama faísca fogo chama-
se vulcão
o céu caindo é pedido perdido no coração
a cruz se fixa numa ereção
o ar em volta tem outra dimensão
a vida se arrasta lesma caramujo verme, erra
em vão
a voz revolta altera a tela a trama a trans-
ação: tudo é mesmo deliciosa perdição!
o falo ainda é a foz da criação
o encéfalo restringe o sim e o não
as duras dúvidas que farão?
agora a adaga a vulva vara
a cruz é obtida numa sobreposição
o caos: as coisas que nem são.
o chão tem lacre fome infinita duração
o céu caindo é visto vertido em tentação
a cruz se finca numa ilusão
o céu alcança o chão através da copulação
Poema feito a pedido do artista plástico Gal Oppido.
*Imagem: Gal Oppido.
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