"Sóis de alegria"
Estava a mágica
A construir
O nosso mundo.
Pressas, sentenças,
Planos, sentidos,
E, mais adentro,
Mesmo profundo,
Sutil silêncio.
Porém se houvesse
Prático tempo
Pra dar a volta
Bem por cima...
- E todos querem
Dar uma volta
Por si e acima -
Que dor não finda?
Jamais dissemos
Do nosso intento.
Claro é o amor.
Riso e rompantes,
Numa avalanche.
Rimas a dois
Para depois,
O que restou
Ao coração,
Estrada afora,
Mera metáfora,
Antiga anáfora,
Leve ilusão
Que se constata
No tudo-nada
Duma palavra.
Essa que falta,
Essa que brilha
Além da vista,
Do olvido amiga,
Incapturável,
Qual astro, alta,
Inatacável,
Por nossos lábios.
O instante intacto
Rasgando a carne
Da eternidade,
Por nós havia.
Versos rasgávamos...
Éramos tanto
O pranto quanto
Sóis de alegria.
5 comentários:
muito preciso nas colocações, na formatação, na sonoridade. beleza!!!
Abraço!
adriano,
depois da descrição de tais motivos líricos, que não lhe peçam mesmo o perdão...
belíssimo, belíssimo!
forte abraço, amigo.
De uma musicalidade espantosa!
Beijo
bem bonito.
aliás, tudo muito musical....
o perdão alegra mais o coração de quem pede do que a quem se destina.
um alívio do remorso...
e "o remorso me parece uma espécie de olho ruim..."
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