"Um poema para depois"
Pensei: fazer outro soneto
Para quê? Para dar à lida
A parte que fora perdida
Em mim? Pra não ver obsoleto
O espectro de quem me sinto,
Entre os versos? Ainda alheio
Ao que construir, (De qual meio
Preciso?) o poema distinto
Vem emergindo, alegremente.
Mas em que solo se arquiteta
A sua mágica, e que seta
Atinge-me e tinge-me a mente
E o tempo, inexplicavelmente,
Alçando-me ao infinito, à meta?
Um comentário:
Que seta nos atinge, Adriano, de beleza mortal, onde se revela a magia, a luz do poema? São perguntas, e as repostas vamos encontrando nas entrelinhas.
Um belo soneto, de forma clássica e conteúdo moderno.
Um abraço, meu amigo.
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