quinta-feira, 18 de junho de 2009

ADRIANO NUNES: "(PER)VERSOS" - PARA ANTONIO CICERO.

(P E R)V E R S O S - PARA ANTONIO CICERO





P á g i n a a
P á g i n a


V ô o s
V e n d o o s


V e r s o s
V i v o s


P a s s o o s
P a s m o


P á s s a r o s
V í b o r a s


V i n g o o s
P r a n t o s


P o n t o a
P o n t o


V í r g u l a a
V í r g u l a





2 comentários:

Mariano disse...

Prezado Adriano,
Sei que isso não é coisa que se peça a um poeta, mas você poderia fazer uma pequena explanação do processo de construção deste poema?
Se for possível, agradeço.
Abraço fraterno!
Mariano

ADRIANO NUNES disse...

Caro Mariano,


O poema aqui, como defesa minha, foi trabalhado assim: eu queria fazer versos com uma sílaba tônica e que os versos descrevessem a leitura deles mesmos e dos livros quando estou lendo, virando páginas, sendo levado pelos vôos de todos os poemas - seriam pássaros? ou seriam víboras - porque fico envenenado quando os faço ou quando os leio. Depois que fiz o primeiro e o segundo versos, não sabia de imediato como tecer o terceiro, qual palavra: pus vôos para dar duplo sentido - voar e verbo ir: vou vendo os versos; vôos vendo - e um terceiro sentido: vendo do verbo vender: vendo-os : como pássaros ou como víboras. Todos os versos seguintes obedeceriam essa sistemática de sentidos e métrica. Percebi então que as palavras começavam com P e V e continuei usando palavras iniciando tais letras. O título foi o último: (PER) preposição porque era pelos versos que eu fazia o poema - sou perverso quanto à regra gramatical. Todo poema tem outros mistérios. Seria perversidade revelá-los por inteiro.


Abraço forte!
Adriano Nunes.