sábado, 20 de junho de 2009

Adriano Nunes: "À palavra" - Para José Mariano Filho

"À palavra" - Para José Mariano Filho


Trama viva,
A palavra 
Tudo abraça.

O seu flerte
Não reflete o
Que paquera.

Uma pérola?
Uma pétala?
Ao poeta,

Que revela?
Com seus véus,
Como vê-la?

Com que golpe,
Desfigura-se?
Com que gesto,

Desafia
A visão
Que a divisa?

Vem da alma
Do universo?
Que galáxia

De utopia
Amalgama
Os seus âmagos?

Agasalha-se em
Quantas mágicas?
Com que grito,

Dos grilhões,
A palavra
Tudo assalta?

Garimpando-a,
Com destreza,
O que falta?

Dá-se aos voos,
Com quais asas?
Com que pressa?

Teme, às cegas,
Desgastar-se?
Tece planos,

Pondo, à prova,
Todo o canto,
Corações,

Pensamentos,
O impossível
De um momento?

Por que calha,
À palavra,
O infinito?

Por que colhe
Até lágrimas,
Presa às páginas?

De que gosta?
Como goza?
Por que vibra

O chocalho,
Em vigília,
Feito víbora?

Em alarme,
Feito gado?
Por que quer

Mastigar
As metáforas,
Os metâmeros,

Dos sentidos,
Ser  mais que
Qualquer signo?

Retalhando-se e
Espalhando-se,
Através

Dos espelhos
Dos vernáculos,
Feito espectro,

Estilhaços
Dos ocasos
Dos acasos,

A palavra
Quer vingar,
Ser somente,

Neste instante,
Alegria,
Ser além,

Ser maior,
Quer só ser
Poesia.









4 comentários:

Ana Tapadas disse...

Gostei muito.
bj

Mariano disse...

Muito bom, Adriano.
Grato.
Abraço.
Mariano

Amar sem sofrer na Adolescência disse...

Lindos poemas encontrei por aqui. Com certeza voltarei outras e outras vezes.
Abraços

ADRIANO NUNES disse...

Stella,

Muito obrigado pela visita e pelas palavras!


Abração!
Adriano Nunes.