"À palavra" - Para José Mariano Filho
Trama viva,
A palavra
Tudo abraça.
O seu flerte
Não reflete o
Que paquera.
Uma pérola?
Uma pétala?
Ao poeta,
Que revela?
Com seus véus,
Como vê-la?
Com que golpe,
Desfigura-se?
Com que gesto,
Desafia
A visão
Que a divisa?
Vem da alma
Do universo?
Que galáxia
De utopia
Amalgama
Os seus âmagos?
Agasalha-se em
Quantas mágicas?
Com que grito,
Dos grilhões,
A palavra
Tudo assalta?
Garimpando-a,
Com destreza,
O que falta?
Dá-se aos voos,
Com quais asas?
Com que pressa?
Teme, às cegas,
Desgastar-se?
Tece planos,
Pondo, à prova,
Todo o canto,
Corações,
Pensamentos,
O impossível
De um momento?
Por que calha,
À palavra,
O infinito?
Por que colhe
Até lágrimas,
Presa às páginas?
De que gosta?
Como goza?
Por que vibra
O chocalho,
Em vigília,
Feito víbora?
Em alarme,
Feito gado?
Por que quer
Mastigar
As metáforas,
Os metâmeros,
Dos sentidos,
Ser mais que
Qualquer signo?
Retalhando-se e
Espalhando-se,
Através
Dos espelhos
Dos vernáculos,
Feito espectro,
Estilhaços
Dos ocasos
Dos acasos,
A palavra
Quer vingar,
Ser somente,
Neste instante,
Alegria,
Ser além,
Ser maior,
Quer só ser
Poesia.
4 comentários:
Gostei muito.
bj
Muito bom, Adriano.
Grato.
Abraço.
Mariano
Lindos poemas encontrei por aqui. Com certeza voltarei outras e outras vezes.
Abraços
Stella,
Muito obrigado pela visita e pelas palavras!
Abração!
Adriano Nunes.
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