"Bem diferente" - para Raimunda Pereira Martins (In memoriam)
Chegara em casa,
Ganhando graça.
Se tivesse asas,
Voava agora.
Entre as palavras,
Surgindo sujo,
Como guinchava,
Quando brincava!
No lamaçal,
Uma alegria,
Um corre-corre,
Um carnaval.
Sem discrição,
Tudo cheirava,
Tudo espalhava,
As couves, favas,
As ervas bravas,
Verdes alfaces,
Vastas alfafas,
As alfavacas,
Entre as galinhas.
Que algaravia
Vinha da gente
Ao ver aquilo!
Vovô me disse:
- Do mato, o bicho,
Porco selvagem,
Vocês não sabem?
Que aconteceu
Depois, não sei.
Se tivesse asas,
Voava agora,
Mas eu cresci,
Bem diferente:
Versos na aljava,
Livre do sonho
Perdido ali,
Quando brincava,
Em algazarra,
O javali.
4 comentários:
Linda homenagem a vó Raimunda.
mulher de garra e com uma inteligência e simplicidade única.
abs,
Marlinhos,
Saudades! Só ela para aguentar a gente, as nossas danações! Quando vens a Maceió? Espero que em São Paulo esteja tudo bem! Sinto saudades de Sampa.
Abração!
Adriano Nunes.
Fiz pra minha "nonna", Adriano:
fogão de lenha
tacho de cobre e a “nonna”
saudade doce...
Saudade de vó é sempre doce...
Abçs.
Nydia,
Lindo! Vó é dádiva divina!
Abração!
Adriano Nunes.
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