sábado, 30 de dezembro de 2017

Adriano Nunes: “Este que volta à ágora, sem presa”

“Este que volta à ágora, sem presa”


Em mim não há nada que seja teu.
Disso até bem sei desde quando era
Um ateniense, na arcaica Grécia,
Quando do fígado de Prometeu
O corvo não tinha arrancado mera
Migalha, desde quando a esfera pétrea
De Sísifo repousava no breu

Das sinapses sincréticas de Zeus.
Este que volta à ágora, sem pressa,
Agora sabe como a vez se deu,
Feito metáfora, quase quimera.
Ah, tudo já se espraia e se esfacela,
Por cada ritmo do que aconteceu!
De mim jorram lágrimas de Teseu.

Um comentário:

Ana Tapadas disse...

Eu estive na Agora, no Verão de 2016...poderia sentir lá o seu poema!

Feliz 2018!

Beijo