"Eu não posso ir às tralhas dos sonhos"
Eu não posso ir às cinzas de Troia.
Sei que outros de mim há entre escombros
Que são mesmo a vida e a dor da cidade.
Do mar alto a fumaça me diz tudo.
Eu não posso ir às tralhas dos sonhos.
Cada gemido, cada grito têm-me
Inteiramente. Sou esta agonia
Desesperada de não saber o
Que acontece entre as chamas e as flechas.
Nossos deuses estão demais doentes.
Nossas fúrias estão atentas, bailam.
Ah, esta fumaça longínqua e fria!
Ah, este horror que é carne e tormento!
Não posso ir às mágoas de Troia.
Meus anseios de mar me agarram para
Que eu possa sentir o medo e a malícia
De saber que medo e malícia há
Entre as entranhas da manca esperança.
A esperança de Troia estar intacta!
Ah, por que me deste, como presente,
A ilusão da paz e do dia após?
Por que me incendiaste por beleza?
Do mar exausto, vejo o vasto fogo
Tomando conta do que era a praia,
O recanto, a fortaleza, um instante
De êxtase em existir. Para nada.
Cinzas e gritos, prantos, sangue e névoa.
Eu não posso ir às chagas de Troia.
Ao mofo cruel da memória, às lágrimas...
O meu coração vai-se arrebentar!
Sei que outros de mim há entre escombros
Que são mesmo a vida e a dor da cidade.
Do mar alto a fumaça me diz tudo.
Eu não posso ir às tralhas dos sonhos.
Cada gemido, cada grito têm-me
Inteiramente. Sou esta agonia
Desesperada de não saber o
Que acontece entre as chamas e as flechas.
Nossos deuses estão demais doentes.
Nossas fúrias estão atentas, bailam.
Ah, esta fumaça longínqua e fria!
Ah, este horror que é carne e tormento!
Não posso ir às mágoas de Troia.
Meus anseios de mar me agarram para
Que eu possa sentir o medo e a malícia
De saber que medo e malícia há
Entre as entranhas da manca esperança.
A esperança de Troia estar intacta!
Ah, por que me deste, como presente,
A ilusão da paz e do dia após?
Por que me incendiaste por beleza?
Do mar exausto, vejo o vasto fogo
Tomando conta do que era a praia,
O recanto, a fortaleza, um instante
De êxtase em existir. Para nada.
Cinzas e gritos, prantos, sangue e névoa.
Eu não posso ir às chagas de Troia.
Ao mofo cruel da memória, às lágrimas...
O meu coração vai-se arrebentar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário