"Pra que a voz vingue"
Para dizer o que tanto sinto,
Não preciso de metro preciso.
Eu sei bem disso.
Não preciso de metro preciso.
Eu sei bem disso.
Para expor quem eu somente sou,
Não busco as imprescindíveis rimas.
De mim, que dizem
Não busco as imprescindíveis rimas.
De mim, que dizem
Senão a plena perplexidade
De haver um suave som que cabe
Em um verso virgem?
De haver um suave som que cabe
Em um verso virgem?
Para engendrar quem mais me imagino,
Não procuro irresistíveis ritmos.
Pra que paraísos?
Não procuro irresistíveis ritmos.
Pra que paraísos?
E, sob a solidão desta tarde,
Decassílabos tecer evito.
Tudo é olvido.
Decassílabos tecer evito.
Tudo é olvido.
Eis que subitamente me atingem
Teus olhos sedentos e famintos
De nós e esfinges.
Teus olhos sedentos e famintos
De nós e esfinges.
Vasculho os báratros do meu íntimo...
Só há restos de signos e mitos,
Silêncios vivos.
Só há restos de signos e mitos,
Silêncios vivos.
E oferto-te o que agora me invade:
Oito estrofes de densa saudade...
Pra que a voz vingue.
Oito estrofes de densa saudade...
Pra que a voz vingue.
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