Escritor alagoano lança livro “Laringes de Grafite"
Adriano Nunes é médico, policial federal, escritor, poeta, tradutor e, acima de tudo, alagoano. Ele está lançando seu primeiro livro, Laringes de Grafite,no próximo dia 29 de novembro. Com prefácio do filósofo e poeta Antônio Cícero, e orelhas do jornalista, poeta, romancista, conti
sta, cronista e ensaísta Lêdo Ivo, o livro coleciona poemas que revelam, através da expressão marcante dos versos, toda a singularidade e sensibilidade do poeta contemporâneo.
Acalentado pela influência advinda das vanguardas do século XX, como poeta moderno, também dialoga com obras clássicas como as de Shakespeare e Camões, por exemplo, e com a contemporaneidade dos poetas Arnaldo Antunes e Eucanaã Ferraz. Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Adriana Calcanhotto, Péricles Cavalcanti, Waly Salomão e Ferreira Gullar também estão incluídos em sua bagagem literária.
Adriano Nunes já teve a oportunidade de publicar seus poemas em Antologias, que são coleções de trabalhos literários, geralmente poemas agrupados por temática, período e autoria, e em sites especializados dentro e fora do país.
Como você define o seu livro Laringes de Grafite?
A.N: Laringes de Grafite é o sumo de trinta e dois anos de fazer poético, já que escrevo versos desde os cinco anos de idade. É claro que entre tantos poemas que escrevi, ficou difícil escolher quais entrariam em meu livro de estreia. Pesaram dois fortes fatores: Primeiro, a importância poética, a arte poética, o valor poético, a obra em si. Segundo, os poemas de que muito gosto, e aqueles dedicados a pessoas que admiro e amo. Só faço poemas porque desde muito cedo consegui perceber o liame íntimo entre as palavras, o verso, e o amor. Sou poeta e sempre o soube e amo sabê-lo. Laringes é isso, é a minha confissão de amor à Poesia.
O que os leitores podem esperar da sua primeira publicação literária?
A.N: Os leitores devem esperar o que se espera de um livro de poemas: Um desafio ao infinito de tudo, um mergulho numa finalidade sem fim, um convite ao deleite de estar diante de poemas, que são grandezas sem par, tesouros de valor imensurável.
É notório que, em sua formação literária, existem influências que caminham desde a literatura clássica à moderna. Como você se utilizou desses artifícios na criação do livro?
A.N: Desconheço qualquer grande poeta que não tenha sido culto, que não se tenha embriagado da leitura dos clássicos, que não falasse outro idioma e estudasse muito poética e lesse bastante poemas. Sou admirador de Shakespeare, Walt Whitman, Homero, Horácio, Fernando Pessoa, Camões e de autores contemporâneos tais como Antonio Cicero, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Antonio Carlos Secchin, Ferreira Gullar, Nelson Ascher, Lêdo Ivo e outros. E de músicos como os amigos Adriana Calcanhotto e Péricles Cavalcanti, Caetano Veloso e José Miguel Wisnik. Leio bastante poesia. Ouço demais música. Não saberia viver sem.
Tudo que aprendo com os grandes autores utilizo racionalmente em meus poemas. Um poema só quer ser poema. Então tento fazer o melhor para o poema, usando a inteligência, a técnica, a vivência, o aprendizado... Tudo é válido para que o poema surja pleno, repleto de luz. Como disse Samuel Taylor Coleridge: "poetry,—the best words in their best order."
A literatura alagoana exerceu alguma influência concreta em sua bagagem literária? Quem você destacaria dentre os nossos representantes?
A.N: Sim. Graciliano Ramos impregnou a minha vida literária. Gosto muito de Jorge de Lima. Admiro bastante o meu amigo Lêdo Ivo. Tenho amigos poetas contemporâneos que prezo, dentre eles cito Alberto Lins Caldas e Rosalvo Acioly. Os músicos alagoanos são uma referência para mim. Djavan e Júnior Almeida são bons exemplos.
Um dos pontos mais interessantes é a sua vida eclética. Formado em medicina, policial federal e seguidor da literatura moderna. A forma de lidar e experimentar a vida o inspira? Quais são as suas maiores inspirações? Alagoas, de alguma maneira, está entre elas?
A.N:Três coisas distintas, antípodas, mas que quando em mim unidas, por mim abraçadas, dão-me infinda felicidade. Mas a Poesia é superior a tudo. Amo a medicina e a polícia federal. Poesia é outro lance, é do báratro mais profundo do meu ser sem a qual a minha vida seria apenas um vestígio de vácuos e cinzas.
Alagoas não precisa estar em meus poemas para que se perceba que a amo e que sou alagoano. A minha poesia só almeja ser o que é: poesia. Não mais que isso.
“Laringes de Grafite” abarca um conjunto de obras que afirmam a identidade de Adriano Nunes, enquanto literário contemporâneo. Nostálgico pelo que já consumiu em sua busca incessante pela literatura universal, o poeta traz uma bagagem repleta de reflexões consistentes. Caminhando tanto pelas formas tradicionais, como pela liberdade dos versos, ele se encontra no domínio criativo de transgredir sentimentos em palavras combinadas.
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