Aquele insólito instante inventado
Por áurea essência, a mágica quimera
Que ao peito tudo oferta, a forma sincera
De saber-me e sonhar-me, à tez do fado.
Ai, meu coração demais acelera!
Vejo-me imerso em versos, impregnado
De infinitos e, por estar ao lado
De quântica felicidade, à vera,
Tenho o que sempre mais quis. Um poema
Que acidentalmente em si não algema?
Um poema? O que sempre mais quis, claro.
Mas eis que surge súbito dilema:
Entre tantos poetas, não é raro
Sentir-me pó ante o meu despreparo.
Tenho o que sempre mais quis. Um poema
Que acidentalmente em si não algema?
Um poema? O que sempre mais quis, claro.
Mas eis que surge súbito dilema:
Entre tantos poetas, não é raro
Sentir-me pó ante o meu despreparo.
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