quinta-feira, 3 de maio de 2012

Adriano Nunes: "longe" - Para Arthur Nogueira

"longe" - Para Arthur Nogueira 

nem o muro
nem o mútuo modo
nem o mudo mundo
ou esse outro
óptico cosmo
todo o propício propósito
do canto

de longe
de leve
e tudo que for levando
o ponto de ônibus
o pronto-atendimento
o pulo para o impulso
a pessoa

e depois o ir-e-vir
e o infinito voa,
ressoa, ressurge,
regurgita a lúcida luz
a antiga lua
e toda a gravidade
de um instante

não seria só
saudade?
que vultos nos cabem?
eco
íntimo, liame métrico?
algaravia, nem sei...
mundano

moldando
mudando
modelando
molécula por molécula...
e da palavra desperta,
que sabemos,
que resta?

Um comentário:

Arthur Nogueira disse...

Adriano, querido,

uma honra, uma beleza esse poema. Muito obrigado! Parabéns pelo blog, que gosto tanto.

Um abraço,

Arthur