"Poema de Esperanza" - José Gorostiza
Ya tengo frío
y enrojecen mis manos y mi cara
y entre mis venas se desliza un río
pausadamente, como si temblara
de frío.
!Si la alondra cantara!
Y el viejo sol de invierno, tristemente,
saliese a calentar mis manos y mi cara,
si yo pudiera adivinar el orto
como se adivina
la forma de los senos bajo una muselina...
Y acerco mi sitial a la vidriera,
Como el mundo,
es muy larga la espera
! Y el sol no asoma
ni atraviesa el cristal de mi vidriera!
Están rojas mis manos y mi cara
y siento adormecerme en el mullido
sitial. ! Y el sol me encontrará dormido!
Si la alondra cantara...
"Poema de Esperança"
(Tradução de Adriano Nunes)
Já tenho frio
e enrubescem-se as minhas mãos e a face
e entre minhas veias desliza um rio
pausadamente, como se agitasse
de frio.
Se esse cuco cantasse!
E o velho sol de inverno, tristemente,
saísse a esquentar minhas mãos e a face,
se eu pudesse adivinhar o devir
como se adivinha
a forma dos seios por baixo da musselina...
Como o mundo,
é mui longo o que ameaça
E o sol não assoma
nem atravessa o cristal da vidraça!
Estão roxas minhas mãos, minha face
e sinto-me adormecer em macio
sítio. E o sol encontrar-me-á adormecido!
Se esse cuco cantasse...
In: GOROSTIZA, José. "Poesía y Poética". Madri: ALLCA XX, 1996, p. 99.
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