sexta-feira, 9 de março de 2012

Adriano Nunes: "Ai, meu coração nada me concede!"

"Ai, meu coração nada me concede!"



Atira-se da calota celeste
Essa tarde de insólita tristeza.
Lanço à vista as lágrimas... Talvez à
Medida que em sonhos meu ser investe.

Despenca a pênsil tarde de vez, a-
Inda disforme, febril, inconteste.
Provo do vasto pranto que me veste,
Subitamente, com vã sutileza.

Ai, que dor ululante me atravessa!
Cai a tarde, sem aquela promessa
De esperança, e pesada se despede.

Ai, meu coração nada me concede!
Esvai-se estreita tarde, mas é de
Supor que viver tanto me interessa.






Nenhum comentário: