terça-feira, 17 de agosto de 2010

Adriano Nunes: "Ode à coriza"

"Ode à coriza"

Súbito prurido
Nasal... E o prenúncio
Do esperado espirro.
Vão-se tantos vírus,
Bactérias, pressinto,

Pelo mecanismo
Reflexo. Perplexo,
Observo emergir
De mim vivo líquido
Mucoso. Somente

Ao vão do terreno
Aéreo, o ser cede
Ao alívio: termômetro
Quebrado, nariz
Vermelho, o cansaço

 O corpo abraçando...
Estou resfriado?
Talvez, alergia
Aos ácaros, críticos
Do meu velho verso

Congestionado.
Depois do chazinho
E de um antitérmico,
Sinto toda a lida
Respirar tranquila.

4 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Adriano,
os resfriados estão tão perversos que esta ode poderia ser um anti poema. Mas você conseguiu transformar mal estar e escatologia em poesia. Juntos estiveram aqui o médico, o poeta e o paciente.

um abraço, um sorriso e votos de saúde!

ADRIANO NUNES disse...

Mai,

Obrigado!


Adriano Nunes.

Isaias de Faria disse...

li a entrevista no blog do marcelo e realmente, é muito agradável, e acima de tudo, intelectual. gostei também de vc dizer da humildade. gosto da frase "gente educada é outro nível". parabéns pela sua obra e pela pessoa q é. isaias

ADRIANO NUNES disse...

Isaías,

Que alegria! Imensamente feliz eu fico ao ler as suas palavras! Que bom que você gostou da entrevista! Pois é, a maior grandeza de um artista consiste em ser humilde. valeu!


Abração,
Adriano Nunes.