"Verdades" - para Péricles Cavalcanti
Só há verdades para aqueles
Que querem saber de verdades.
Não adianta dizer que cabe
Numa verdade o que bem se quer.
Que querem saber de verdades.
Não adianta dizer que cabe
Numa verdade o que bem se quer.
Melhor é supor, antes tarde
Que nunca, que não há qualquer
Verdade. Deste modo, porém,
Cai-se num relativismo cego e
Que nunca, que não há qualquer
Verdade. Deste modo, porém,
Cai-se num relativismo cego e
Perigoso. Sem a verdade
Nem mesmo esta afirmação de
Que não há verdades. Então, bem
Vê, há, ainda sem querer, ao menos,
Nem mesmo esta afirmação de
Que não há verdades. Então, bem
Vê, há, ainda sem querer, ao menos,
Verdade. A que a lógica traz:
A que não se oculta jamais.
Por isso, imerso em versos, alheio
Ao que vinga falso ou verdadeiro,
A que não se oculta jamais.
Por isso, imerso em versos, alheio
Ao que vinga falso ou verdadeiro,
Tento satisfazer - por quê? -
O ego de vate. O que quero
Que não mais seja verdade? E, atrás
Do que ficou pra trás e olvidado,
O ego de vate. O que quero
Que não mais seja verdade? E, atrás
Do que ficou pra trás e olvidado,
Sigo, lendo, compondo a arte
Que me ofertam Euterpe e Erato.
Não te afetas a existência plena?
O acaso diz: "queres que te atendas?"
Que me ofertam Euterpe e Erato.
Não te afetas a existência plena?
O acaso diz: "queres que te atendas?"
Já não me importo com o fado
De estar em conflito em mim. Faz-se
Vital, pra a beleza suprema,
Isso: tudo virará poema.
De estar em conflito em mim. Faz-se
Vital, pra a beleza suprema,
Isso: tudo virará poema.
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