"Nas raspas últimas do desejo"
Nas raspas últimas do desejo,
Um tumulto entre as sinapses.
Estrondo? Estorvo? Excitação?
Não há como saber se
Um tumulto entre as sinapses.
Estrondo? Estorvo? Excitação?
Não há como saber se
Ainda vale a pena rasgar-me
Com as miméticas metáforas que
Afiadas foram com o afinco dos outros,
Com a aflição dos sonhos que são
Com as miméticas metáforas que
Afiadas foram com o afinco dos outros,
Com a aflição dos sonhos que são
Os sonhos de todos.
O que importa a esta hora mesmo
Em que tudo me fere e forma?
Ah, esquecimento de ser só
O que importa a esta hora mesmo
Em que tudo me fere e forma?
Ah, esquecimento de ser só
A desventura do átimo-nó
Das expectativas de fugir,
De vez, de quem me sinto e penso!
Ah, sulfúrea saudade de não-ser!
Das expectativas de fugir,
De vez, de quem me sinto e penso!
Ah, sulfúrea saudade de não-ser!
No breu desta madrugada,
A vida de tudo do infinito salta.
Até este risco perigoso
De haver deuses e desencontros adentro,
A vida de tudo do infinito salta.
Até este risco perigoso
De haver deuses e desencontros adentro,
Este risco de engendrar-te, ó gozo
Ante o espelho: palavra quase
Pele e ponte, proezas peripatéticas e carne.
E, subitamente, quanto mais quero
Ante o espelho: palavra quase
Pele e ponte, proezas peripatéticas e carne.
E, subitamente, quanto mais quero
Que não passe o tempo,
Sobre tudo que vinga e arde
A manhã vejo
Lançar-se.
Sobre tudo que vinga e arde
A manhã vejo
Lançar-se.
Nenhum comentário:
Postar um comentário