"Através das frestas"
Sou outra criança
Solta no perímetro
Desse paraíso
Perigoso. Sonho:
Posso ser expulso
A qualquer momento,
Sem mexer em nada.
O meu coração
Corre todo o risco
De agradar à farsa
De Deus. Não preciso
De provar do fruto
Da escravidão. Fujo
Feito aquele pássaro,
Às pressas, da víbora.
Da vida divina,
Sem devir, sem graça,
O que me interessa?
Através das frestas
Da cerca da crença,
lanço-me à razão.
Que felicidade
Afaga o meu ser!
Por pirraça, furto
Os pomos pra mim.
2 comentários:
Tens uma produção constante e de bons poemas. Parabéns!
beijinho
adriano,
este poema tem uma teatralidade. é plenamente verbal.
ficaria muito bom dito em voz alta, tem força.
a imagem final deu a ele um desfecho que liberdade maravilhoso: "...furto
Os pomos pra mim."
muito bom!
um beijo.
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