terça-feira, 17 de outubro de 2017

Adriano Nunes: "Ciranda nefasta"

“Ciranda nefasta”


A cultura da superficialidade festejada,
A burrice crônica aplaudida,
O jeitinho brasileiro como didática,
A preguiça elástica condecorada,
Os discursos sofismáticos premiados,
A pós-verdade que não diz nada bajulada,
Os políticos vitalícios e seus lesivos conchavos,
Os corruptos homenageados nas praças com estátuas,
Os egos superinflados comissionados,
A inveja prêt-à-porter admirada,
As ideologias cegas implantadas na alma,
A moral moralizadora imposta à crença ou à bala,
Os pastores midiáticos milionários,
Os hipócritas com pedigree venerados,
Os séquitos de imbecis proliferados,
A todo momento, por todos os lados,
Ó, povo cordeiro,
Ó, massa prendada,
Ó, povo solícito,
Ó, massa alienada,
Ó, povo que a tudo se dobra!
Sonhar é fácil!
Sonhar é de graça!
Para que essas algemas?
Para que esses cabrestos?
Para que essas bitolas?

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