sexta-feira, 17 de junho de 2016

Adriano Nunes: "A que a vista se lança" - para Carmen Silvia Presotto

"A que a vista se lança" - para a amiga Carmen Silvia Presotto

Acabo de chegar
Aos arredores de
Troia. Tudo fervendo
Está. Todo lugar
A que a vista se lança.
Das muralhas ao mar,
Quão pesa o entendimento!
Dispersam-se horror, ânsia
Pelo que já não há.
Que porvir violento
Pressinto pelo olhar
De Príamo, a chorar.
Heitor morto, sem lança,
Arrastado, sob ventos
Fortes, sob gritos densos,
Uns gregos, outros já
Da terra em chamas, lar
Do que a dor mais alcança.

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