domingo, 12 de junho de 2016

Adriano Nunes: "A algaravia do acaso" - para a minha mãe

"A algaravia do acaso" - para a minha mãe

Desprende-se do breu infindo
A madrugada.
Tudo é silêncio.
Solidão calha.
Quem sabe venha Dionísio
Com o seu séquito
De vida e verso e
Traga-me o vinho
De algum portento.
Espero, espero...
Ouço a algaravia do acaso
Fazer estardalhaço
Do que em mim ponho.
Bacantes? Onde?
Nem mesmo Príapo
Mostra-se ao longe!
Sangro. Desfaço-me,
E o instante some.
Ah, tudo é frágil
Dentro do sonho!

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