segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

William Shakespeare: "Sonnet XVI"

William Shakespeare: "Sonnet XVI"


But wherefore do not you a mightier way 
Make war upon this bloody tyrant, Time? 
And fortify yourself in your decay 
With means more blessed than my barren rhyme?

Now stand you on the top of happy hours, 
And many maiden gardens yet unset 
With virtuous wish would bear your living flowers,
Much liker than your painted counterfeit: 

So should the lines of life that life repair, 
Which this, Time's pencil, or my pupil pen, 
Neither in inward worth nor outward fair, 
Can make you live yourself in eyes of men. 

To give away yourself keeps yourself still, 
And you must live, drawn by your own sweet skill.



"Soneto XVI" (Tradução de Adriano Nunes)


Por que não usas modo mais viril
Pra lutar contra o Tempo, o sanguinário?
E contra a derrocada, todo o ardil
Mais ditoso que o meu verso ordinário? 

Agora te fincas na alegre aurora,
E vero virgem jardim inda intato
Com ardor daria tua grã flora,
Mais símile que teu próprio retrato.

Logo a verve da vida a vida ampara,
Pois, o lápis do Tempo, ou minha pena,
Nem o íntimo valor ou a graça rara,
Aos homens não engendram melhor cena.

Entregando-te a tudo, com certeza,
Permanecerás por tua destreza.



In: SHAKESPEARE, William. "The Complete Works of William Shakespeare". London: Wordsworth Editions, 1996.

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