"Era para escrever outro soneto"
Era para escrever outro soneto.
Coisa alguma vem à mente, só esta
Bruma deprimente a encarcerar a
Vigorosa vontade de alcançar-me.
Sem espreitar mentiras ou verdades,
O que obscuro ser possa, signo duro
De roer, a alegre astúcia não serve
Mais. Era pra só dizer eu te amo
E pronto, sem enfeite, sem feitiço,
Sem rima final ou metro preciso,
Etecetera e tal. Apenas isso.
Ante os frágeis fragmentos do pensar,
Todo o amor revela-se, vinga e vale-se
Do silêncio imanente das palavras.
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