"A poesia tem os olhos dos outros"
A poesia tem os olhos dos outros,
Enxerga o que quer,
Quando quer.
Quando não, finge
Decifrar, a áureo preço,
Enigmas e esfinges.
As suas lágrimas são
De quântica ilusão,
Tal um crocodilo
Do Nilo,
Após cada mastigação.
A poesia, sempre esperta,
Espartana guerreira,
Burguesa germânica
À livre feira, carrega
Na retina a distância certa
Entre o leitor e
O poeta.
Não subestimem mesmo
O seu olhar de Górgona
Carente, não o ponham,
À prova,
Ante a violência súbita
Da astúcia:
À mera contemplação,
Tudo verte-se em pedra.
Um comentário:
Ótimo, Adriano! Com essa sua até a poesia estremeceu.
Beijo.
Postar um comentário