"Para depois"
Tenho almejado faróis,
Ante os meus olhos feridos
Pelos espectros do amor,
E atravessado as savanas
Do existir, com muito medo.
No quarto vazio, em busca
Do elixir misto de oxímoros
E saudades, atirei-me
No báratro dos acasos,
Pra saber-me mais em mim.
Quase um rapto... E tudo fora
Ver o inverno violentíssimo,
Brusco, através da vidraça...
Tenho-me dado aos dragões
De grafite, às peripécias
Do assalto sutil do lápis
Sobre a folha, feito o último
Pedido, no cadafalso,
Para depois: O cantar!,
Deixar os vivos vestígios
Do que pensei e senti.
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