quinta-feira, 19 de maio de 2011

Adriano Nunes: "planícies"

"planícies"




o vazio dele
o vazio dela
o vácuo do umbigo do tempo
a pele
a pílula
o efeito fatal do sono
o sonho o sonho o sonho...
até quando?
o vagão partindo
a simetria sincera do trilho
a ilusão me deglutindo
depois, nem isso.

o poço profundo
outro mundo
outro escuro
outro escudo
a mesma máscara mesclada
à vida que tarda
outra diáspora
o trauma
o nervo óptico
a névoa
a mágica moldando a alma
depois, nada.




Um comentário:

Ana Tapadas disse...

Meu amigo, confesso - me ser da planície e este teu poema transmite exactamente como me sinto, por vezes, observando - a.
Beijo