Depois de estar na gaveta, esquecido,
O decassílabo entregou seu ar
De graça, mesmo sem nada saudar.
Se louvasse algo, seria o Olvido.
Voltou, com grácil ritmo e muito vivo,
À luz. Nem as traças puderam dar
Conta do vasto tecido, do mar
De vínculos, com ácido objetivo.
Seu rígido esqueleto , revestido
De moderno clichê, soube dançar
A valsa ambígua de um momento tido,
Entregar-se ao infinito. Fugitivo
Proteu do caos vulgar, não quis ficar
Feito fóssil, tesouro ilustrativo.
3 comentários:
Adriano,
acho que quem sabe essa arte decassilábica, conversa com deus e o diabo em segredo.
Não ouso expor minha total inépcia a essa vertente.
Um forte abraço!
Belo soneto!
Beijo
Caros Wilson e Ana,
Muito obrigado! Paz e luz!
Adriano Nunes.
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