terça-feira, 3 de maio de 2011

Adriano Nunes: "A valsa ambígua de um momento tido"

"A valsa ambígua de um momento tido"



Depois de estar na gaveta, esquecido,
O decassílabo entregou seu ar
De graça, mesmo sem nada saudar.
Se louvasse algo, seria o Olvido.

Voltou, com grácil ritmo e muito vivo,
À luz. Nem as traças puderam dar
Conta do vasto tecido, do mar
De vínculos, com  ácido objetivo.

Seu rígido esqueleto , revestido
De moderno clichê, soube dançar
A valsa ambígua de um momento tido,

Entregar-se ao infinito. Fugitivo
Proteu do caos vulgar,  não quis ficar
Feito fóssil, tesouro ilustrativo. 

3 comentários:

Wilson Torres Nanini disse...

Adriano,

acho que quem sabe essa arte decassilábica, conversa com deus e o diabo em segredo.

Não ouso expor minha total inépcia a essa vertente.

Um forte abraço!

Ana Tapadas disse...

Belo soneto!
Beijo

ADRIANO NUNES disse...

Caros Wilson e Ana,


Muito obrigado! Paz e luz!


Adriano Nunes.