"Sob a mira de Tétis. Enfim,"
Naquele dia, fui convidado
Às pressas. Era a célebre festa
Do pensamento. Agora me resta
Apenas o tempo consumado
Entre a descoberta e o devaneio.
Que espetáculo! Que algaravia!
E o porvir quem imaginaria?
Ó, por Zeus! De viés, Éris veio
E lançou-se, em segredo, à babel.
Penetra, esquecida, nem aí,
Com um presente - E como sorri! -
Para a deusa mais bela e fiel.
Aquele pomo era para mim,
Refleti. Todos em um só flerte:
É meu! Sim, sou eu, disse Deméter
Sob a mira de Tétis. Enfim,
Olho por olho, dente por dente.
Afrodite cobiça com graça
A peça rara. Até Hera laça
À vista o tesouro reluzente.
Combina com a tez de Atená,
Alguns disseram. Eu quero! Quero
Essa joia! Juraram por Eros,
Enquanto ela irradiava lá.
Bradava Zeus: Onde estará Hermes,
Nessas horas? Que é que irei fazer,
Se nada posso? Dê-me o prazer
Da presença de Páris! - Que queres,
Mestre dos raios? Já entre nós
Encontra-se o rapace rapaz
Para ser da decisão capaz
E, em discórdia, deixar-nos a sós.
Legitima Afrodite a mais bela
E lança, à tez do sentir, desgosto
Em quase todos: Almeja o posto
De esposo de Helena, apenas dela.
E o porvir quem imaginaria?
Éris partira... Nem aí
Pra a guerra que poderia advir...
Sem presente, com grave alegria.
Um comentário:
Feliz Ano Novo, meu amigo.
Que seja um novo ano maravilhoso para ti.
Grande abraço.
Isabel
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