"Poemas Rondonienses"
"Enquanto me invento"
Peso o pensamento.
Em que tanto penso?
Meço o meu silêncio
Enquanto me invento.
O tempo é tormento.
Depois, quando, agora,
Sem volta, indo embora.
O que ainda aguento
Desse sentimento?
O que me incomoda?
Por que nada tento
Mudar? Em que moda,
Move-se o momento,
Se o poema o poda?
"É quase nada"
Falta um elétron
Para o amor ser completo.
Falta um só átomo
Para o amor ser compacto.
Falta um pedaço
Pra ser amor de fato.
Falta uma parte
Pra ser amor de filme.
Falta a mentira
Para amor de verdade.
Falta a metade
Do amor, para ser verso.
"Fragmento Noturno" (Para meu amigo Sócrates)
Foge ao coração
Volátil lembrança.
Os sonhos que são
Se a alma só os alcança?
"Todo amor é mesmo um mar" (para Isabel Santos)
Eu te amei e como te amei
Não mais poderia amar.
Todo amor é mesmo um mar.
Um rio fora da lei,
Eu era. Assim, como eu era,
A vida era quase dada,
Vibrava, de madrugada,
Volátil, à nossa espera.
Tudo era mera mentira.
Amor, vida, morte, verso,
O rio, o mar: Nada os vira.
Tudo era mesmo disperso,
Fora de foco, de mira,
Só mistério do universo.
2 comentários:
Ótima fornada.
Adorei amigo... obrigada.
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