domingo, 17 de agosto de 2014

Hazel Hall: "Hours"

"Horas" (tradução de Adriano Nunes)


Conheci horas feitas qual cidades,
Casa a casa cinza, com ruas entre
Que a alteradas rotas levam e esvaem-se, 
Olvidadas em um campo virente;

Horas feitas qual montes que sublevam
Cristas alvas além da névoa e chuva,
E tecidas de proibida música -
Em seu sofrimento horas eternas.

Tapeçaria de horas, a vida
A suavizar no tom para sempre,
Onde tudo se mescla, até a saudade
Das horas por meu ser desconhecidas.


Hazel Hall: "Hours"

I have known hours built like cities,
House on grey house, with streets between
That lead to straggling roads and trail off,
Forgotten in a field of green;

Hours made like mountains lifting
White crests out of the fog and rain,
And woven of forbidden music—
Hours eternal in their pain.

Life is a tapestry of hours
Forever mellowing in tone,
Where all things blend, even the longing
For hours I have never known.



HALL, Hazel. The Collected Poems of Hazel Hall. Edited by John Witte. Corvallis: Oregon State University Press, 2000.

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