"Boletim de Ocorrência"
Que pobre rima!
Que pobre rima!
Um verso branco,
Um saltimbanco,
Andando manco...
(Com pé quebrado?)
Agora mesmo,
Furtou-lhe o fim!
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "instante"
"instante"
pequeno ou
gigante,
o instante
não teme
aqui
estar.
ai, falta um
segundo
pra o fim
do frêmito
do adeus
à deusa
Metáfora!
o instante...
gratuito,
eterno,
rebento
do cérebro.
pequeno ou
gigante,
o instante
não teme
aqui
estar.
ai, falta um
segundo
pra o fim
do frêmito
do adeus
à deusa
Metáfora!
o instante...
gratuito,
eterno,
rebento
do cérebro.
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ADRIANO NUNES,
POEMA
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "FARPAS, CARTAS E REVERBERAÇõES"
"FARPAS, CARTAS E REVERBERAÇÕES" - de Adriano Nunes.
O sono não vem. Penso em como te pedir desculpas, por isso a nebulosa de tédio e enxofre não é capaz de fazer com que as minhas pálpebras caiam súbitas e encerrem o espetáculo de cores e matizes que compôs o meu dia. Não sei o que ainda me atormenta. Não ensaiei coisa alguma. Sei apenas que iria dizer-te como tudo se processou, como não poderia ter acontecido, como poderíamos ter evitado os desassossegos e as amarguras, como as mentiras não teriam força, como chegaríamos aos clichês de sempre sem que saíssemos machucados ou desconfiados de que era mesmo uma reprise, uma conversa banal, um mal-entendido.
O travesseiro foi jogado às infinitas dimensões da solidão. Levantei-me e, como um cágado, consegui alcançar o botão mágico que faria dessa noite um dia de sol em meu quarto. A claridade doeu-me na retina. Assustei-me. Estou exausto. Sou a bola de tênis, o vai-e-vem veloz que a qualquer momento mudará de trajetória. Ponho as mãos à testa e um frio me invade.
Por que insisto em pedir-te desculpas? Por que não esqueço as horas e ponho-me no vazio das incertezas do que possam vir a ser as incertezas, os erros e as entrelinhas? E se o jogo terminar por falta de quem está por competir? E se não houver jogo e as bolas só existem para que eu possa acreditar que há a relatividade dessa existência? E se não me perdoares por eu dizer-te o que eu não supus ser o essencial e o tudo-nada do pensamento ficar mudo? Cento e vinte batimentos! Esse dever ser o meu coração!
Desculpas? Perdão? Ah! Deves-me também se confrontarmos os fatos e as exatas tempestades de conchavos que alcançaram o meu lobo temporal enquanto a tua ausência se revestia de sonho e fidelidade. Então terei eu que aceitar todas as notícias advindas das trevas, que conciliar o meu espírito com a minha dúvida, apaziguar o meu coração e destruir os vestígios de uma traição só por que argumentas que a minha audácia e o meu ciúme são monstros, que as minhas idéias são corais verdadeiras, que as minhas suspeitas são humanamente iguais às de Otelo?
Não sei se a insônia me tem por eu não conseguir explicar-me ou por saber demasiado que fui traído.
Júlia bem que poderia nada ter comentado comigo. Mas naquele instante, naquele segundo insólito, todo aquele movimento, toda aquela minha saudade, todos os lances da vida noturna, as doses de tequila, a música e... Eu sabia! Eu sabia!
O amor não suporta carregar o Everest, não agüenta as armadilhas do desejo e da solidão, não resiste às artimanhas dos olhos e dos lábios, os toques ardentes das mãos, dos sussurros, dos dias passando como favônios e cercando a superfícies de portentos e novidades. Eu sabia!
Clara alimentou os leões que agora me devoram. Por que acreditei que duraríamos eternidades? Por que fizemos juras secretas, furamos os dedos, tatuamos nossos corpos, gritamos alto e ecoamos únicos, transamos nas escadas, em elevadores, em becos escuros, em casas de amigos e parentes, deixando rastros de gozo e preservativos, nossos pecados e nossa saúde, por aí? Que a mágoa de ti não me torture nessa madrugada.
Os ponteiros do relógio giram como hélices de ventilador. Nocauteia-me o sono. Estou preso ao que dizer sem entender cegamente o que é real ou malícia. Talvez essa carta resolva a minha inconstância, a minha carapaça de Minotauro arrependido... Que lamúria? Que farpa? Que prova? Não sei.
Clara! Clara! Clara! Um tormento de dissabores consome o meu ser. Desespero-me. Sou fraco. Tenho que aceitar estar convencido. O amor sempre vence? Os dragões do amanhecer rasgam o céu com o seu fogo solar. Deus não pestaneja. Decido começar a carta. As palavras somem como se estivessem contaminadas por meu cansaço e meu sono.
O meu vôo sai às oito e meia. Melhor seria não ir, mas o tempo de reparação já não mais permite vacilo. Concluo o escrito e o envelope é lacrado com lágrimas de insegurança e medo. São cinco e quarenta e cinco. O táxi me aguarda com sua buzina ululante.
O sono não vem. Penso em como te pedir desculpas, por isso a nebulosa de tédio e enxofre não é capaz de fazer com que as minhas pálpebras caiam súbitas e encerrem o espetáculo de cores e matizes que compôs o meu dia. Não sei o que ainda me atormenta. Não ensaiei coisa alguma. Sei apenas que iria dizer-te como tudo se processou, como não poderia ter acontecido, como poderíamos ter evitado os desassossegos e as amarguras, como as mentiras não teriam força, como chegaríamos aos clichês de sempre sem que saíssemos machucados ou desconfiados de que era mesmo uma reprise, uma conversa banal, um mal-entendido.
O travesseiro foi jogado às infinitas dimensões da solidão. Levantei-me e, como um cágado, consegui alcançar o botão mágico que faria dessa noite um dia de sol em meu quarto. A claridade doeu-me na retina. Assustei-me. Estou exausto. Sou a bola de tênis, o vai-e-vem veloz que a qualquer momento mudará de trajetória. Ponho as mãos à testa e um frio me invade.
Por que insisto em pedir-te desculpas? Por que não esqueço as horas e ponho-me no vazio das incertezas do que possam vir a ser as incertezas, os erros e as entrelinhas? E se o jogo terminar por falta de quem está por competir? E se não houver jogo e as bolas só existem para que eu possa acreditar que há a relatividade dessa existência? E se não me perdoares por eu dizer-te o que eu não supus ser o essencial e o tudo-nada do pensamento ficar mudo? Cento e vinte batimentos! Esse dever ser o meu coração!
Desculpas? Perdão? Ah! Deves-me também se confrontarmos os fatos e as exatas tempestades de conchavos que alcançaram o meu lobo temporal enquanto a tua ausência se revestia de sonho e fidelidade. Então terei eu que aceitar todas as notícias advindas das trevas, que conciliar o meu espírito com a minha dúvida, apaziguar o meu coração e destruir os vestígios de uma traição só por que argumentas que a minha audácia e o meu ciúme são monstros, que as minhas idéias são corais verdadeiras, que as minhas suspeitas são humanamente iguais às de Otelo?
Não sei se a insônia me tem por eu não conseguir explicar-me ou por saber demasiado que fui traído.
Júlia bem que poderia nada ter comentado comigo. Mas naquele instante, naquele segundo insólito, todo aquele movimento, toda aquela minha saudade, todos os lances da vida noturna, as doses de tequila, a música e... Eu sabia! Eu sabia!
O amor não suporta carregar o Everest, não agüenta as armadilhas do desejo e da solidão, não resiste às artimanhas dos olhos e dos lábios, os toques ardentes das mãos, dos sussurros, dos dias passando como favônios e cercando a superfícies de portentos e novidades. Eu sabia!
Clara alimentou os leões que agora me devoram. Por que acreditei que duraríamos eternidades? Por que fizemos juras secretas, furamos os dedos, tatuamos nossos corpos, gritamos alto e ecoamos únicos, transamos nas escadas, em elevadores, em becos escuros, em casas de amigos e parentes, deixando rastros de gozo e preservativos, nossos pecados e nossa saúde, por aí? Que a mágoa de ti não me torture nessa madrugada.
Os ponteiros do relógio giram como hélices de ventilador. Nocauteia-me o sono. Estou preso ao que dizer sem entender cegamente o que é real ou malícia. Talvez essa carta resolva a minha inconstância, a minha carapaça de Minotauro arrependido... Que lamúria? Que farpa? Que prova? Não sei.
Clara! Clara! Clara! Um tormento de dissabores consome o meu ser. Desespero-me. Sou fraco. Tenho que aceitar estar convencido. O amor sempre vence? Os dragões do amanhecer rasgam o céu com o seu fogo solar. Deus não pestaneja. Decido começar a carta. As palavras somem como se estivessem contaminadas por meu cansaço e meu sono.
O meu vôo sai às oito e meia. Melhor seria não ir, mas o tempo de reparação já não mais permite vacilo. Concluo o escrito e o envelope é lacrado com lágrimas de insegurança e medo. São cinco e quarenta e cinco. O táxi me aguarda com sua buzina ululante.
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CONTO
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Sinusal"
"Sinusal"
uma estrela ou
uma estrada:
qualquer tralha ou
qualquer trilha?
lá do céu,
lá de casa,
onde lança-se
a palavra.
lá de cima,
aqui dentro um
pensamento:
quase nada.
um estrondo,
um estralo um
lapso no
coração.
uma escala ou
uma escolha:
qualquer ômega ou
qualquer âmago?
lá de longe,
lá do lar,
onde more
a metáfora.
lá do teto,
aqui mesmo um
Sentimento:
Sempre nada.
um estouro,
um estrago um-
a elegia
à razão.
uma estrela ou
uma estrada:
qualquer tralha ou
qualquer trilha?
lá do céu,
lá de casa,
onde lança-se
a palavra.
lá de cima,
aqui dentro um
pensamento:
quase nada.
um estrondo,
um estralo um
lapso no
coração.
uma escala ou
uma escolha:
qualquer ômega ou
qualquer âmago?
lá de longe,
lá do lar,
onde more
a metáfora.
lá do teto,
aqui mesmo um
Sentimento:
Sempre nada.
um estouro,
um estrago um-
a elegia
à razão.
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POEMA
terça-feira, 24 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES/TIAGO TORRES DA SILVA: "momento zero"
"momento zero " - Tiago Torres da Silva/Adriano Nunes.
quando?
a qualquer instante sangrante
do
próximo milésimo de se-
gun-
do.
o próximo se-
gun-
do
é o menor infinito que há
no mun-
do.
o mundo
de
um segundo
não
cabe no eu
mais
profun-
do.
o eu
mais
pro-
fun-
do não
cabe no
maior infinito.
o que há
entre tudo
isto é
que é,
no fun-
do,
bonito!
quando?
a qualquer instante sangrante
do
próximo milésimo de se-
gun-
do.
o próximo se-
gun-
do
é o menor infinito que há
no mun-
do.
o mundo
de
um segundo
não
cabe no eu
mais
profun-
do.
o eu
mais
pro-
fun-
do não
cabe no
maior infinito.
o que há
entre tudo
isto é
que é,
no fun-
do,
bonito!
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domingo, 22 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "Textura" - Para Mirze Souza.
"Textura" - Para Mirze Souza.
Do
Meu
Coração
Ao
Seu
Reflexo
Seu
Sou
Ou
Não
Sou
Nada
Sou
Esse
Espelho
Sem
Prata.
Do
Meu
Coração
Ao
Seu
Reflexo
Seu
Sou
Ou
Não
Sou
Nada
Sou
Esse
Espelho
Sem
Prata.
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sábado, 21 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Arte poética" - Para Antonio Cicero
"Arte poética" - Para Antonio Cicero
O poema só
Surge quando quer,
Com razão. Qualquer
Dia desses, só-
Brio, ganharei
Toda a sua luz.
Isso não traduz
Fuga alguma: é lei,
Entre as muitas musas,
O cérebro ver-
Ter formas confusas
De sinapses, ver
As ideias reclusas,
Fora do viver.
O poema só
Surge quando quer,
Com razão. Qualquer
Dia desses, só-
Brio, ganharei
Toda a sua luz.
Isso não traduz
Fuga alguma: é lei,
Entre as muitas musas,
O cérebro ver-
Ter formas confusas
De sinapses, ver
As ideias reclusas,
Fora do viver.
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Adriano Nunes: "Transe"
"Transe"
Trans
Tornado
Trans
Formado
Trans
Fixado
Trans
Atlântico
Em trânsito...
Por dentro
Do ópio
Do âmago.
Trans
Tornado
Trans
Formado
Trans
Fixado
Trans
Atlântico
Em trânsito...
Por dentro
Do ópio
Do âmago.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "diáspora" - Para Augusto de Campos.
"diáspora" - Para Augusto de Campos.
)))))))))tiro
)))))))))tudo
))))))))))))do infini((((((((((t
o))))))))tudo
))))))))))))do vác((((((((((((u
o))))))))tudo
))))))))))))do to(((((((((((((d
o))))))))tudo
))))))))))))do temp(((((((((o
de))))))tudo
))r((((e ))))
t i r o - m e
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t i r o - m e
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Adriano Nunes: "Pirâmide" - Para Leo Cavalcanti
"Pirâmide" - Para Leo Cavalcanti
Do córtex,
O feixe
Entona a
Re vir
A volta
Motora
Cruzada.
Que deixe
O nex
O vir
À tona: a
O agora a
O nada
Em volta.
Do córtex,
O feixe
Entona a
Re vir
A volta
Motora
Cruzada.
Que deixe
O nex
O vir
À tona: a
O agora a
O nada
Em volta.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Consciência" - Para Péricles Cavalcanti
"Consciência" - Para Péricles Cavalcanti
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema-pirâmide
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando
Eu apenas pensando, ponderando
Eu apenas pensando
Eu apenas
Eu
Eu?
Eu
Eu apenas
Eu apenas pensando
Eu apenas pensando, ponderando
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema-pirâmide
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema-pirâmide
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema
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Eu apenas pensando, ponderando
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Eu apenas
Eu
Eu?
Eu
Eu apenas
Eu apenas pensando
Eu apenas pensando, ponderando
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema
Eu apenas pensando, ponderando, sopesando o poema-pirâmide
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Adriano Nunes: "Grácil Gesto"
"Grácil Gesto"
Desde o centro
Motor ao
Mesmo gânglio
Pré-sináptico, o
Movimento
Programado:
Lapidar
Toda a lida
Com o lápis
E o papel -
Grácil gesto
Do poeta a
Produzir,
Por reflexo,
O milagre
Da palavra.
Desde o centro
Motor ao
Mesmo gânglio
Pré-sináptico, o
Movimento
Programado:
Lapidar
Toda a lida
Com o lápis
E o papel -
Grácil gesto
Do poeta a
Produzir,
Por reflexo,
O milagre
Da palavra.
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "De vez em quando"
"De vez em quando"
De vez em quando,
Canto o meu canto
Quântico, espanto
As bruxas, mando
Tudo pra o inferno,
Eu sangro e grito
E abrigo, tímido,
Em grã silêncio, o
Grácil grafite,
A folha em branco,
Raros rabiscos.
No coração,
Regras e riscos,
A seiva e o ritmo
De algum segundo
Íntimo, fundo.
E quando, sob
O efeito fértil
Das incertezas,
Outra alegria
Vier à tona,
Entonarei
Então a mesma
Gasta canção.
De vez em quando,
Canto o meu canto
Quântico, espanto
As bruxas, mando
Tudo pra o inferno,
Eu sangro e grito
E abrigo, tímido,
Em grã silêncio, o
Grácil grafite,
A folha em branco,
Raros rabiscos.
No coração,
Regras e riscos,
A seiva e o ritmo
De algum segundo
Íntimo, fundo.
E quando, sob
O efeito fértil
Das incertezas,
Outra alegria
Vier à tona,
Entonarei
Então a mesma
Gasta canção.
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terça-feira, 17 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Ode à coriza"
"Ode à coriza"
Súbito prurido
Nasal... E o prenúncio
Do esperado espirro.
Vão-se tantos vírus,
Bactérias, pressinto,
Pelo mecanismo
Reflexo. Perplexo,
Observo emergir
De mim vivo líquido
Mucoso. Somente
Ao vão do terreno
Aéreo, o ser cede
Ao alívio: termômetro
Quebrado, nariz
Vermelho, o cansaço
O corpo abraçando...
Estou resfriado?
Talvez, alergia
Aos ácaros, críticos
Do meu velho verso
Congestionado.
Depois do chazinho
E de um antitérmico,
Sinto toda a lida
Respirar tranquila.
Súbito prurido
Nasal... E o prenúncio
Do esperado espirro.
Vão-se tantos vírus,
Bactérias, pressinto,
Pelo mecanismo
Reflexo. Perplexo,
Observo emergir
De mim vivo líquido
Mucoso. Somente
Ao vão do terreno
Aéreo, o ser cede
Ao alívio: termômetro
Quebrado, nariz
Vermelho, o cansaço
O corpo abraçando...
Estou resfriado?
Talvez, alergia
Aos ácaros, críticos
Do meu velho verso
Congestionado.
Depois do chazinho
E de um antitérmico,
Sinto toda a lida
Respirar tranquila.
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sábado, 14 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Pressa" - Para José Mariano Filho
"Pressa" - Para José Mariano Filho
sempre
neces-
sito
do
sonho
do
sangue
da
seiva
do
sêmem
do
soro
do
sal
do
sol
do
sumo
de
todo
mil
ésimo
de
se
g
u
n
d
o
sempre
neces-
sito
do
sonho
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sangue
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sêmem
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sol
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todo
mil
ésimo
de
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u
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ADRIANO NUNES: "fôlego"
"fôlego"
fórceps
força
fórceps
forca
fórceps
forma
fórceps
fresta
fórceps
fronte
fórceps
frente
fórceps
ferro
fórceps
fim...
metá-
fora -
feto.
fórceps
força
fórceps
forca
fórceps
forma
fórceps
fresta
fórceps
fronte
fórceps
frente
fórceps
ferro
fórceps
fim...
metá-
fora -
feto.
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Medido dentro"
"Medido dentro"
Dentro do medo
Do signo medo,
Do mesmo medo
Que há por dentro
Dos tantos ecos,
Erros e enigmas
Que o ego abriga,
Do sonho a termo,
Do gasto gesto,
Escapa o trauma: O
Medo de ser
Medido dentro
Do vasto vácuo
Do mundo, lido
Sob microscópios,
Decifrado por
Tentar ao amor
Emprestar um
Sentido óbvio,
Íntimo, o meu,
Revirado, exposto,
Revisto, explícito
E dissecado
Pelos olhares-
De-sabre, aberto,
Nu, ali, entre as
Vontades e as
Quimeras quânticas
Do tudo ou nada,
Por regras visto,
Todo varrido
E vasculhado,
Feito vernáculo,
O caos a ser
Caos desvendado,
Moto-metáfora,
Salto de sapo
Sobre a saudade
Do lago, o abraço
Além do tálamo.
Sou eu? Assombro?
Espectro métrico,
Solto, impregnado
De verso e vida
E sonho e sede e
Do que me penso
E sinto e peso e
Fins infinitos.
Por vós, por isso,
Dai-me silêncios!
Dentro do medo
Do signo medo,
Do mesmo medo
Que há por dentro
Dos tantos ecos,
Erros e enigmas
Que o ego abriga,
Do sonho a termo,
Do gasto gesto,
Escapa o trauma: O
Medo de ser
Medido dentro
Do vasto vácuo
Do mundo, lido
Sob microscópios,
Decifrado por
Tentar ao amor
Emprestar um
Sentido óbvio,
Íntimo, o meu,
Revirado, exposto,
Revisto, explícito
E dissecado
Pelos olhares-
De-sabre, aberto,
Nu, ali, entre as
Vontades e as
Quimeras quânticas
Do tudo ou nada,
Por regras visto,
Todo varrido
E vasculhado,
Feito vernáculo,
O caos a ser
Caos desvendado,
Moto-metáfora,
Salto de sapo
Sobre a saudade
Do lago, o abraço
Além do tálamo.
Sou eu? Assombro?
Espectro métrico,
Solto, impregnado
De verso e vida
E sonho e sede e
Do que me penso
E sinto e peso e
Fins infinitos.
Por vós, por isso,
Dai-me silêncios!
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domingo, 8 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "ritual" - Para Péricles Cavalcanti.
"ritual" - Para Péricles Cavalcanti.
os sons se
amam. só
se amam. so-
mam-se. a
si con-
som em e
som em
em si -
lên cio.
len
ta
men te.
os sons se
amam. só
se amam. so-
mam-se. a
si con-
som em e
som em
em si -
lên cio.
len
ta
men te.
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sábado, 7 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "de repente" - Para Augusto de Campos.
"de repente" - Para Augusto de Campos.
r )))))))))))))))))))))))))))))))))))))) e
r a))))))))))))))))))))))))))))))))))))t e
r ap)))))))))))))))))))))))))))))))))nt e
r api)))))))))))))))))))))))))))))))ent e
r apid)))))))))))))))))))))))))))ment e
r apida))))))))))))))))))))))))ament e
r apida mente)(capta)(rapida mente
r apida))))))))))))))))))))))))ament e
r apid)))))))))))))))))))))))))))ment e
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010
ADRIANO NUNES: "Ensaio Poético Sobre a Foto de Gal Oppido"
"Ensaio Poético Sobre a Foto de Gal Oppido"
Do ventre, a vulva aflora:
Flor em forma - a maçã
Brota ginecológica,
Broto no tudo rosa.
Entre coxas, mamilos
À vista, flerte agora
Em gozo só... Viva Arte!
Agradeço ao maravilhoso artista plástico Gal Oppido por ceder a foto para a publicação do meu poema! Tal foto foi exibida ontem(05/08/2010) no Programa do Jô.
Do ventre, a vulva aflora:
Flor em forma - a maçã
Brota ginecológica,
Broto no tudo rosa.
Entre coxas, mamilos
À vista, flerte agora
Em gozo só... Viva Arte!
Agradeço ao maravilhoso artista plástico Gal Oppido por ceder a foto para a publicação do meu poema! Tal foto foi exibida ontem(05/08/2010) no Programa do Jô.
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terça-feira, 3 de agosto de 2010
Adriano Nunes: "Alegria"
"Alegria"
Manhã.
Manhãzinha.
Mínima manhã.
Minha
Alegria é saber como
Abrigar o céu
Azul dentro do
Álcool forte do
Flerte, ante as
Frestas das quimeras, das
Fomes e das fugas e dos
Fins, onde possa haver janelas e
Portas práticas, proezas,
Portentos, pontes poéticas
Para tudo,
Para o infinito, os
Girassóis de grafite a
Guardar a vida, a
Gerar o motor e o
Gás de todo entendimento.
Manhã.
Manhãzinha.
Mínima manhã.
Minha
Alegria é saber como
Abrigar o céu
Azul dentro do
Álcool forte do
Flerte, ante as
Frestas das quimeras, das
Fomes e das fugas e dos
Fins, onde possa haver janelas e
Portas práticas, proezas,
Portentos, pontes poéticas
Para tudo,
Para o infinito, os
Girassóis de grafite a
Guardar a vida, a
Gerar o motor e o
Gás de todo entendimento.
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