“Economia”
Nasci sob os efeitos
Do Cruzeiro,
Em meio à ditadura,
À estrutura esdrúxula
De não ter direitos.
Do Cruzeiro,
Em meio à ditadura,
À estrutura esdrúxula
De não ter direitos.
Cresci co’ a esperança
De ser verdadeiro,
Da ponta do pé
Ao cabelo.
Passo a passo,
De ser verdadeiro,
Da ponta do pé
Ao cabelo.
Passo a passo,
Nos anos oitenta,
No fim de fevereiro,
Acertou-me em cheio
O Plano Cruzado,
Houve até retorno
No fim de fevereiro,
Acertou-me em cheio
O Plano Cruzado,
Houve até retorno
Dos parcos Centavos.
Não demorou mesmo!
Um outro dinheiro,
- Eu já era um moço,
Ainda que tolo! -
Não demorou mesmo!
Um outro dinheiro,
- Eu já era um moço,
Ainda que tolo! -
O Cruzado Novo,
Com forte cruzado
Machucou meu bolso.
Sofrer não é pouco!
Até que em meados
Com forte cruzado
Machucou meu bolso.
Sofrer não é pouco!
Até que em meados
De março, retorna
O Cruzeiro.
O mercado é solto!
Mudou-se a moeda,
A miséria é velha
O Cruzeiro.
O mercado é solto!
Mudou-se a moeda,
A miséria é velha
O momento inteiro.
E o ser dilacera.
Depois, - nunca esqueço! -
Quase surreal!,
Das cinzas renasce
E o ser dilacera.
Depois, - nunca esqueço! -
Quase surreal!,
Das cinzas renasce
O Cruzeiro,
Agora Real.
Não durou
No total um ano
Sequer. De lá para
Agora Real.
Não durou
No total um ano
Sequer. De lá para
Cá, preciso, vejo,
Cair na real,
Na realidade
Cruel do Real.
Pois sou brasileiro.
Cair na real,
Na realidade
Cruel do Real.
Pois sou brasileiro.
Adriano Nunes
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