"apresse-se" - Para Paulo Sabino.
apresse-se!
entre
o trem, o trilho e a trilha
pro infinito,
o ruído esquisito de um mosquito.
resquício de quê?
e se você correr
terá o meio
à mão,
o vínculo,
não terá que sucumbir
ao perigo,
ao mínimo
do tempo.
entre o estático
rumor sem rumo
de um pensamento
convulso e o mito,
o destino segue
inerte,
abrupto,
líquido.
nem o pulsar
disso,
nem a ideia de ir-e-vir
transita,
nem o temor de sorrir
evita que a vida siga,
diáspora contínua,
pelos becos,
pelas dúvidas
infindas.
ora, nem as sequências
do agora,nem mesmo
o cinema fútil
da memória
devolve-lhe o gozo,
o hálito que vem
de fora.
o gozo não se
espelha,
cega.
e se houvesse...
que importa?
o frio
do freio
enfraquece o momento.
estrondo no cérebro,
peri-gozo.
voltemos.
ticket na mão.
calos nas mãos.
sacolas plásticas
com as frutas, com os vácuos
industrializados,
latas de luxo,
legumes,
lugares...
largá-los
ali.
o outro:
desculpe-me,
mas não sei
dizer ou explicar...
sei lá,
talvez seja
o fim do túnel
ou o fim da luz.
do túnel,
volátil despedida
envolvendo o
mundo.
2 comentários:
Sinceramente? Fazia tempo que não via poesia com qualidade pelos blogs =)
Katrina,
Muito obrigado por seu comentário! Fico muito feliz!
Abraço fraterno,
A. Nunes.
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