quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Adriano Nunes: "A nódoa pública"

"A nódoa pública"


O polvo-pólvora
Povoa o Rio.
Num susto sub-
Reptício, visto,
Explode o âmago

Alheio, receio.
Entre vis fogos,
Bope dá ibope,
Clichê. Não se
Sabe mais o

Que é zona súplica
Ou zona morte.
Fechem as frestas,
Abram os olhos,
Desçam do sonho:

Eis a cidade,
A mera-ilhota,
Sem maravilhas,
Que o globo agora
Nota, publica.

- Engloba-a o público -
Do ônibus, tudo...
A chama inflama,
A propaganda
Mais enganosa.

Sentado, de óculos,
Todo metal,
Carlos Drummond
Assiste, atento
Ao estrago, ao caos,

Parece estar
Lendo-o, relendo-o.
Estorvo-bomba.
Truques de guerra,
Séria miséria.


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