domingo, 6 de setembro de 2009

Adriano Nunes: "Exérese poética"

"Exérese poética"


É preciso expor o poema
No vão da folha, revelá-lo
À vista, dentro do intervalo
Existente, exérese extrema,

Suprimindo qualquer verdade,
Qualquer promessa, mesmo que
Pese a pergunta 'mas por quê?'
Relevando tudo mais tarde?

Ou quem sabe abraço esse fardo
Factível de fracasso e farpa
E, refaço a vida, enquanto ardo,

Enquanto nem um verso escapa
Ao corte temido do dardo
Lançado por mim, à socapa.






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