"Quântico carnaval"
Entre os livros, quântico carnaval.
Revesti-me de alguns versos, de sóis
De metáforas, e me embriaguei
De toda a lida, de quimeras infindas.
Fui as sobras dos carros alegóricos
De cada palavra, e, assim, desfilei.
Brinquei de horizontes e, extasiado,
Inventei as avenidas de Olinda,
Recife, Rio, Veneza, Salvador,
Abriguei os portentos e as paisagens
Em meu âmago, pra ter vida ainda...
Eram ecos, mas me encontrei, de fato.
De colombina, a poesia, linda.
Sim, entendi a bruta eternidade e
Fervi na febre do frevo fugaz
De quatro dias: sináptico amor
O vácuo das conversas invadia
E pulsava oxímoros, medos e taras,
Pra parar, subitamente, depois,
Na berlinda do que houvera e se foi.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Adriano Nunes: "Um poema" - Para Isabel Santos.
Um poema - Para Isabel Santos
Um poema muito pode
Do impossível ao possível,
Do improvável ao provável,
Do impensável ao pensável.
Quase sempre imprevisível,
É sem vidas, é sem morte.
Um poema não tem tempo.
Um poema é sem lugar.
Vem do vento, vem das nuvens,
Vem da poeira da estrada,
Vem de tudo, vem de nada,
Não se sabe como vem,
Move-se, só, sem parar.
Brilha fora, grita adentro.
Um poema muito pode
Do impossível ao possível,
Do improvável ao provável,
Do impensável ao pensável.
Quase sempre imprevisível,
É sem vidas, é sem morte.
Um poema não tem tempo.
Um poema é sem lugar.
Vem do vento, vem das nuvens,
Vem da poeira da estrada,
Vem de tudo, vem de nada,
Não se sabe como vem,
Move-se, só, sem parar.
Brilha fora, grita adentro.
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POEMA
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Adriano Nunes: "Angústia"
ANGÚSTIA
Essas são horas difíceis:
Esperar tudo passar
Como se nunca passasse,
Um ir-e-vir, revoltado,
De reviravoltas vis,
De angústias antecipadas
Dentro do vácuo do quarto,
Dissecando minhas vidas,
Abrindo e fechando frestas
Em minh'alma, pra sentir
O presente dissolvido
Nos meus insólitos sonhos.
Depois, tudo permanece
Sempre dentro dos limites
Do tempo: não se liberta
Do acaso do pensamento.
Essas são horas difíceis:
Esperar tudo passar
Como se nunca passasse,
Um ir-e-vir, revoltado,
De reviravoltas vis,
De angústias antecipadas
Dentro do vácuo do quarto,
Dissecando minhas vidas,
Abrindo e fechando frestas
Em minh'alma, pra sentir
O presente dissolvido
Nos meus insólitos sonhos.
Depois, tudo permanece
Sempre dentro dos limites
Do tempo: não se liberta
Do acaso do pensamento.
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domingo, 8 de fevereiro de 2009
Adriano Nunes: "Diagnóstico poético"
"Diagnóstico poético"
Assim nem o verso vem.
Vem o que não me interessa,
Tudo que não me faz bem
E nunca a palavra certa.
E nenhum sonho também!
Vem o que mais me dispersa,
Vultos, sim, de mim, além
E, sempre, com tanta pressa.
Agora, que bem me resta?
A verdade, que convém,
À existência olvido empresta;
Só ser lido por alguém!
Assim nem o verso vem.
Vem o que não me interessa,
Tudo que não me faz bem
E nunca a palavra certa.
E nenhum sonho também!
Vem o que mais me dispersa,
Vultos, sim, de mim, além
E, sempre, com tanta pressa.
Agora, que bem me resta?
A verdade, que convém,
À existência olvido empresta;
Só ser lido por alguém!
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sábado, 7 de fevereiro de 2009
Adriano Nunes: "No mínimo"
"No mínimo"
Pra vós,
Ó, Ninfas,
Que deve ser o sofrer,
O desprezo por instinto,
As sombras,
As sobras
Do ver,
Outro dia a mais já findo,
Que então deve ser o amor
Maior,
No mínimo?
Pra ti,
Ó, lago,
Que deve ser o prazer,
O sentir-me consumido,
O espelho,
O espectro,
A espera,
Um tempo a mais destruído,
Que deve ser essa dor
Que só
Eu sinto?
O salto
À água,
A imagem despedaçada,´
O risco de achar-me líquido,
A face,
A falha,
A falta,
O quanto a beleza exorta,
O que se verteu, sem volta,
Em flor,
Narciso.
Pra vós,
Ó, Ninfas,
Que deve ser o sofrer,
O desprezo por instinto,
As sombras,
As sobras
Do ver,
Outro dia a mais já findo,
Que então deve ser o amor
Maior,
No mínimo?
Pra ti,
Ó, lago,
Que deve ser o prazer,
O sentir-me consumido,
O espelho,
O espectro,
A espera,
Um tempo a mais destruído,
Que deve ser essa dor
Que só
Eu sinto?
O salto
À água,
A imagem despedaçada,´
O risco de achar-me líquido,
A face,
A falha,
A falta,
O quanto a beleza exorta,
O que se verteu, sem volta,
Em flor,
Narciso.
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
ADRIANA CALCANHOTTO PUBLICA CRÍTCA DO CD "MARÉ" FEITA POR ADRIANO NUNES.
ADRIANA CALCANHOTTO PUBLICA, EM SEU SITE, A CRÍTICA DO CD "MARÉ" FEITA POR ADRIANO NUNES.
Sinto-me feliz e honrado de ter a minha crítica do CD "Maré", de Adriana Calcanhotto, publicada no site da Adriana (http://www.adrianacalcanhotto.com/mare/index.html). O ensaio se encontra na seção de notícias, mês de outrubro, do site referido.
Outro grande fator para a minha alegria é que, mesmo antes de muitos críticos declararem que o CD "Maré" era o melhor lançamento de música do ano, eu já havia anunciado/afirmado e publicado em outubro de 2008 um ensaio crítico manifestando todo o encanto que possui o CD "Maré" (http://astripasdoverso.blogspot.com/2008/10/crtica-musical-mar-de-adriana.html).
Deixo aqui, os meus agradecimentos à Adriana Calcanhotto e ao Antonio Cicero: grande felicidade marítima
Adriano Nunes
Sinto-me feliz e honrado de ter a minha crítica do CD "Maré", de Adriana Calcanhotto, publicada no site da Adriana (http://www.adrianacalcanhotto.com/mare/index.html). O ensaio se encontra na seção de notícias, mês de outrubro, do site referido.
Outro grande fator para a minha alegria é que, mesmo antes de muitos críticos declararem que o CD "Maré" era o melhor lançamento de música do ano, eu já havia anunciado/afirmado e publicado em outubro de 2008 um ensaio crítico manifestando todo o encanto que possui o CD "Maré" (http://astripasdoverso.blogspot.com/2008/10/crtica-musical-mar-de-adriana.html).
Deixo aqui, os meus agradecimentos à Adriana Calcanhotto e ao Antonio Cicero: grande felicidade marítima
Adriano Nunes
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Adriano Nunes: "Depois do desejo, nada"
Depois do desejo, nada
Agarrado por teus olhos,
Pelos teus beijos, rendido.
Governado por teu umbigo,
Assim vivo, mas não posso.
Quase morto, satisfeito.
Quase náufrago, perdido.
Ai, por culpa de Cupido,
Tudo dói demais no peito!
Depois do desejo, nada
Mais suporta o entendimento:
Resta-me a palavra alada,
Tão dispersa, solta ao vento,
Fugaz. E estranha mancada
Assalta-me: o amor invento?
Agarrado por teus olhos,
Pelos teus beijos, rendido.
Governado por teu umbigo,
Assim vivo, mas não posso.
Quase morto, satisfeito.
Quase náufrago, perdido.
Ai, por culpa de Cupido,
Tudo dói demais no peito!
Depois do desejo, nada
Mais suporta o entendimento:
Resta-me a palavra alada,
Tão dispersa, solta ao vento,
Fugaz. E estranha mancada
Assalta-me: o amor invento?
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