Depois do desejo, nada
Agarrado por teus olhos,
Pelos teus beijos, rendido.
Governado por teu umbigo,
Assim vivo, mas não posso.
Quase morto, satisfeito.
Quase náufrago, perdido.
Ai, por culpa de Cupido,
Tudo dói demais no peito!
Depois do desejo, nada
Mais suporta o entendimento:
Resta-me a palavra alada,
Tão dispersa, solta ao vento,
Fugaz. E estranha mancada
Assalta-me: o amor invento?
Nenhum comentário:
Postar um comentário