terça-feira, 5 de junho de 2018

Adriano Nunes: "Soneto"

"Soneto"


Despenca a noite do báratro infindo
Enquanto a existência pesa o momento.
Não há mistério no haver outro intento
De haver mistérios: está-se esvaindo

Tudo, às vezes, rápido, às vezes, lento.
Aracne tece a teia, distraindo
Olhares e sentidos. Oh, quão lindo
É mesmo o cintilar do entendimento!

Presos a acasos e tropeços, nós
Estamos ante a ilusão corrosiva
De sermos arautos de alguma voz

Potente e promissora, que sirva
Às nossas esperanças, porque sós
Forjamos o amor, sem alternativa.

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