"Ars poetica"
Outra noite e nós dois...
Diz-me o lápis
Diz-me o lápis
Que me amas, e mais!
Diz-me a folha
Que me enganas demais,
Que os meus ais já estranhas
Pra que em ti não se finquem.
Aos berros, a borracha
Constata que te entranhas
Em meu cerne.
Sem mais e sem dar trégua.
De meu ser,
A escrivaninha ri.
Diz-me a folha
Que me enganas demais,
Que os meus ais já estranhas
Pra que em ti não se finquem.
Aos berros, a borracha
Constata que te entranhas
Em meu cerne.
Sem mais e sem dar trégua.
De meu ser,
A escrivaninha ri.
À socapa, te esvai,
Para qu' eu fique só,
Sem o peso dos ritmos
Muito alegres,
Sem vestigios de paz,
A repensar em quando
Voltarás ao meu canto.
Tu sequer sabes, mas,
Depois da meia-noite,
Pouco importa o que fica
Pra trás, o que soçobra,
O que não era vida.
Quanto vida não era.
Proezas ou quimeras.
Para qu' eu fique só,
Sem o peso dos ritmos
Muito alegres,
Sem vestigios de paz,
A repensar em quando
Voltarás ao meu canto.
Tu sequer sabes, mas,
Depois da meia-noite,
Pouco importa o que fica
Pra trás, o que soçobra,
O que não era vida.
Quanto vida não era.
Proezas ou quimeras.
Que importa se se faz
Um Everest debaixo
Dos lençóis. Ou insólito
Sol? Sonhar-te que importa?
Quanto importa?
Um Everest debaixo
Dos lençóis. Ou insólito
Sol? Sonhar-te que importa?
Quanto importa?
Ah, como fixo o olhar
Na entreaberta porta
Da ilusão,
Para ver se te tornas
Êxtase em existir,
Para ver se me acenas
Do além-mar
Dos mitos, do que há
De nós dois em nós dois,
Com astutas metáforas,
Outros metros miméticos,
Velhas e novas formas,
Matizes do infinito e
Do devir!
Na entreaberta porta
Da ilusão,
Para ver se te tornas
Êxtase em existir,
Para ver se me acenas
Do além-mar
Dos mitos, do que há
De nós dois em nós dois,
Com astutas metáforas,
Outros metros miméticos,
Velhas e novas formas,
Matizes do infinito e
Do devir!
Não é hora?
Oh, Poesia, volta!
Oh, Poesia, volta!
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