"O quanto"
Aviso-te,
Olvido:
O mote
De Eros
Não era
Um risco
Ao íntimo,
Não era
O início
De um gozo
Amorfo,
Do mofo
De nós,
Tampouco
O ouro
De nós,
O outro
De nós,
Pois éramos
Umbigo
E corpo,
E mais
Que o mito.
O escrito.
E entre
A dor
E o que
Ainda
Só sou,
Emerge
De mim
O sonho
Infindo.
Segui
O passo
No ritmo
Da lira.
A tudo
Meu ser
Fincou-se.
E, súbito,
Senti
Estranha
Saudade,
Qual perda
Na entranha
Do intento,
A foice,
A lei
Da carne
Do tempo.
E olhei
Pra trás.
Pensei:
'Que Hades
Dissera
A mim,
Que importa?
Escuto
Passadas...
Eurídice
Está
Em volta!'
E quando a
Revi,
Bem antes
De atá-la
À perda
Eterna,
Que ela,
Eurídice,
Tão bela,
Num lance,
Sumisse,
Não pude
Dizer-lhe
O quanto,
Num canto,
Amava-a.
Fumaça
E vácuo
E báratros
E breu.
Agora
A lira
Implora-me:
'Pra frente,
Pra frente,
Orfeu,
Só olha!'
Um comentário:
Ai! Afiado com beleza e dor...
Beijo.
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